quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Sobre todas as coisas!!!

Já falamos em outra oportunidade sobre a fé. É ela que nos move para o serviço, que nos faz caminhar na Igreja, na companhia dos irmãos.  Não quero ser insistente nem repetitivo, mas quero voltar a esse assunto que de tão vasto não pode ser resumido em algumas poucas linhas.
Durante toda a sua existência o homem sempre foi movido pela fé. Não falo de crenças religiosas somente, mas falo da fé em algo superior a ele numa divindade a quem ele deve sua vida, sua existência. Das civilizações antigas, sabemos que algumas foram monoteístas (crença em um só Deus), outras politeístas (mais de um deus), e nelas grande diversidade de relações homem-deus(es).
Para a nossa realidade, é difícil identificar se somos monoteístas ou politeístas. Não acha? Vejamos bem, muitos de nós professamos a fé em um só Deus, afirmamos isso quantas vezes for preciso. Não acreditamos em estátuas, em outras divindades espirituais, não cremos em nenhuma outra divindade. Porém, no dia-a-dia á outros valores ocupando o lugar de Deus em nossa vida. Dinheiro, TV, internet, sexo, comida e bebida.
Convivemos com isso todos os dias, até mesmo dentro de nossas casas, nossos grupos. Quantos de nós já não deixamos de ir à missa pra poder curtir um programa melhor, um passeio, uma festa...
Isso é nada comparado à situação de estarmos na casa de Deus somente de corpo presente, com a cabeça em outro lugar. É como se estivéssemos somente pra dar satisfação à comunidade, à família ou ao grupo.
Posso estar parecendo rígido demais. Eu acho que não. Hoje, nós nos sujeitamos a tantas regras sociais sem nem pestanejar, por exemplo, regras de esportes, trajes a rigor para festas. Seguimos tantos outros conselhos, como moda, dietas, simpatias etc. Mas as regras da igreja são as que não podemos aceitar. Muitos ainda dizem que Deus ama e não castiga. Isso é verdade, mas tudo tem limite. Basta refletir a palavra sagrada, Deus é amor, mas sua justiça é verdadeiramente justa.
Celebramos domingo passado os mandamentos de Deus, o primeiro deles é justamente AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS. Nada pode ocupar o lugar de Deus em nossa vida. Quando nos permitimos ao pecado, nos afastamos de Deus e, nessa disputa, nós perdemos mais do que ganhamos.
Que possamos refletir um pouco sobre o lugar de Deus em nossas vidas. Já passou da hora de devolvermos o trono a quem de direito. A ele a honra, a glória e o poder!!!
Abraços a todos
Fernando Lima

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O peso que a gente leva


Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?

As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?
Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou.

Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.

É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.

E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou.

É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.

Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos...

Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.

Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.

Fonte: http://www.fabiodemelo.com.br/
Imagem: http://deusario.com/como-fazer-malas/
Postado por: Rafael Gomes