segunda-feira, 10 de maio de 2010

O músico e a missa



A música, como já vimos em postagens anteriores, tem muitas funções na igreja e causa efeitos muito bons nas pessoas, como relaxamento, interiorização, motivação além de animar e aliviar o estresse. Isso é uma coisa boa, principalmente para quem se dispõe a evangelizar e ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus através dessa arte e para e para o próprio musico que quer se encontrar com Deus. Sendo assim, cada um de nós, músicos religiosos, temos grande responsabilidade quando se trata do desempenho das nossas funções na Igreja. Porém, aqui podemos identificar um problema que frequentemente pode ser observado em nossas paróquias: há músicos que não participam da vida da comunidade, limitando-se ao dia em que vai tocar ou cantar a celebração. Este é um problema muito comum. Cada membro do grupo deve ter sua consciência. Desde o(a) coordenador(a) ao recém integrado.


Aprendemos desde a catequese (inclusive a crismal) que devemos participar das missas aos domingos e dias santos, (inclusive que se deve confessar para voltar a comungar, quando faltamos a uma missa). Mas quando estamos engajados parece que as regras são menos graves para nós. É justamente o contrário! Pois, "A quem muito foi dado, muito será cobrado". (Lc 12, 48).


Nada substitui a missa. Não se devem marcar ensaios, apresentações, animações de encontros etc, que venham a impedir a nossa participação na celebração mais importante para a vida do católico. independente do horário e do local( capela, outras paróquias, etc) que participe, desde que participe. Uma vez que a missão da música na liturgia é elevar a comunidade ao céu, devemos estar alimentados da graça, da palavra e da eucaristia para que isso aconteça.


Assim cada um de nós pode verdadeiramente oferecer o melhor que há em nós. Cada um de nós pode estar mais intimamente unido a Deus.


Que a nossa música seja grande ferramenta de evangelização, mas que seja somente um detalhe na nossa relação com Deus.


Abraço a todos


Fernando Lima



Imagens disponíveis em:


http://servosdecristosacerdote.blogspot.com/2009/02/adoracao-eucaristica-das-40-horas.html


http://www.quebarato.com.br/classificados/aulas-de-violao-para-iniciantes__3053995.html

sábado, 8 de maio de 2010

Para Sempre - Drummond

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.


Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Do livro Alguma Poesia, 1930

Feliz Dia das Mães!!

Palavra de vida - Focolares

“Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele.” (Jo 14,21)

Palavra de Vida – maio de 2010

No último discurso de Jesus, é o amor que ocupa o centro: o amor do Pai pelo Filho, e o amor a Jesus, que consiste em cumprir os seus mandamentos.
Aqueles que escutavam Jesus não tinham dificuldades em reconhecer nas suas palavras um eco dos Livros sapienciais: “O amor é a observância de suas leis (Sb 6,18) e “facilmente é contemplada (a Sabedoria) por aqueles que a amam” (cf. Sb 6,12). E, sobretudo, o “manifestar-se a quem o ama” encontra um paralelo no Antigo Testamento em Sb 1,2, onde está escrito que o Senhor se manifestará àqueles que acreditam nele.
Ora, o sentido desta Palavra de Vida que propomos é: quem ama o Filho é amado pelo Pai, e é, por sua vez, também amado pelo Filho, que se manifesta a ele.

“Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”.

Essa manifestação de Jesus, porém, exige que estejamos no amor.
Não é concebível um cristão que não tenha esse dinamismo, essa carga de amor no coração. Um relógio não funciona, não marca a hora – e nem se pode dizer que é um relógio – se estiver com a bateria descarregada. Assim, um cristão que não está sempre na disposição de amar não merece ser chamado de cristão.
Isso porque todos os mandamentos de Jesus se resumem em um único mandamento: o amor a Deus e ao próximo, em quem devemos reconhecer e amar Jesus.
O amor não é mero sentimentalismo: ele se traduz em vida concreta, no serviço aos irmãos – principalmente os que estão ao nosso lado –, começando pelas pequenas coisas, pelos serviços mais humildes.
Diz Charles de Foucauld: “Quando amamos alguém, estamos de verdade nele, estamos nele com o amor, vivemos nele com o amor, não vivemos mais em nós mesmos, somos “desprendidos” de nós mesmos, “fora de nós mesmos” (Charles de Foucauld, Scritti Spirituali, VII, Città Nuova, Roma 1975, p. 110).
E é por causa desse amor que uma luz abre caminho em nós, a luz de Jesus, segundo a sua promessa: “Quem me ama... me manifestarei a ele” (cf. Jo 14,21). O amor é fonte de luz: amando compreende-se melhor a Deus, que é amor.
E isso faz com que se ame ainda mais e se aprofunde o relacionamento com o próximo.
Essa luz, esse conhecimento amoroso de Deus é, portanto, a marca, a prova do verdadeiro amor. E ela pode ser experimentada de vários modos, porque em cada um de nós ela assume uma cor, uma tonalidade própria. Mas essa luz possui algumas características comuns em todas as pessoas: ela nos ilumina sobre a vontade de Deus, nos dá paz, serenidade e uma compreensão sempre nova da Palavra de Deus. É uma luz quente que nos estimula a caminhar na estrada da vida de modo cada vez mais rápido e seguro. Quando as sombras da existência tornarem o nosso caminho inseguro, e até mesmo quando ficarmos paralizados pela escuridão, essa Palavra do Evangelho nos lembrará que a luz se acende com o amor e que bastará um gesto concreto de amor, ainda que pequeno (uma oração, um sorriso, uma palavra), para nos dar aquele tanto de luz que nos permitirá seguir adiante.
Quando andamos de bicicleta à noite (nas bicicletas antigas, com dínamo), se pararmos de pedalar precipitaremos na escuridão; mas se recomeçarmos a pedalar, o dínamo produzirá a energia necessária para iluminar o caminho.
O mesmo acontece na nossa vida: basta reativarmos o amor, o amor verdadeiro, aquele que dá sem esperar nada em troca, para que se reacenda em nós a fé e a esperança.

Chiara Lubich

Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em maio de 1999.

Disponível em: http://www.focolare.org/articolopdv_prova.php?codart=7135