sexta-feira, 26 de março de 2010

Quais músicas usar na Semana Santa?

Nós, muitas vezes, escolhemos músicas erradas para os tempos litúrgicos como o período quaresmal, lembrando que esse tempo começa na Quarta-feira de Cinzas. Nós precisamos estar atentos a tudo aquilo que a liturgia traz para cada dia. Porque dentro da Quaresma existem as festas [próprias], então, nestas festas abre-se uma exceção para se viver outra realidade dentro da liturgia.

A Quaresma é o tempo forte que a Igreja vive de conversão e as músicas precisam estar voltadas para esta sensibilidade de saber que nós todos precisamos nos converter.

Desde o mais simples ao mais nobre, do primeiro ao último, todos nós somos convidados para viver a conversão e as músicas precisam estar voltadas para essa realidade. Do início ao fim da Santa Missa as músicas precisam estar voltadas para a conversão.

Na Quaresma nós também somos convidados para viver, de acordo com a Igreja do Brasil, a Campanha da Fraternidade. Desde 2006 nos foi escrito um documento para que deixassem de ser obrigatórios todos os cantos da Campanha durante a Santa Missa devido ao tempo quaresmal. Sendo assim, você não está dispensado de viver o tema da Campanha da Fraternidade nesse período, porém, você pode pegar o Canto de Aclamação e o Hino da Campanha e sempre lembrar desse hino em algumas músicas. No entanto, neste ano de 2010 o CD não traz tema nenhum, nem de Ato Penitencial, nem de Ofertório porque já foi deixado claro que não é mais obrigatório cantar os cantos da Campanha da Fraternidade por conta do tempo vivido pela Igreja.

A Semana Santa é muito importante para a Igreja, nós vivemos um tempo muito forte, que começa no Domingo de Ramos. A Santa Missa não pode ser vivida de qualquer jeito como se fosse somente uma festa, ela começa com a festa da Procissão de Ramos, que é a exaltação do Cristo Filho, e nós não podemos esquecer que esta festa foi feita em Jerusalém quando Jesus passou entre o povo e os ramos eram levantados, aclamando “Hosana ao rei, filho de Davi”. Só que, na liturgia do Domingo de Ramos, nós já vivemos toda a intensidade da entrega de Jesus no Horto da Oliveiras, e nós não podemos nos esquecer de que o Domingo de Ramos é voltado para tudo que vai se viver na Semana Santa.

Do Domingo de Ramos ao Sábado de Aleluia se vive intensamente a Semana Santa. Seria muito bom que fossem tirados todos os instrumentos de percussão nessa semana, para vivê-la bem. Coloque só um órgão, um carron, um violão, a voz o mais suave possível; ou um canto com coral para que vivamos bem e levemos a assembleia a este tempo, porque se colocamos qualquer instrumento, qualquer música que destoe dessa semana, vamos fazer com que os fiéis não vivam bem o tempo da Semana Santa. Tudo isso para que no Sábado de Aleluia e no Domingo, possamos cantar: “Aleluia e o Glória, Ele ressuscitou!”

Eu convido você, meu amigo, meu irmão músico, que está comigo sempre, que está com a Canção Nova sempre, a viver bem esse período, a ser obediente à Igreja e a ver o que a liturgia do dia está pedindo. Você verá que a unção vai pairar sobre você só pela sua obediência. A eficácia do seu trabalho vai se dar devido à disciplina daquilo que você vive junto com a liturgia do dia com a Igreja.

Um abraço a você! Na nossa simplicidade nós tentamos ajudá-lo da forma que podemos.

Deus o abençoe!

Karina Maria
Missionária da Comunidade Canção Nova

disponível em http://musica.cancaonova.com/

sábado, 13 de março de 2010

Anunciar-te no encontro de liturgia com Ir. Míria

Ana Clara e Rafael participaram, nos últimos dias 09, 10 e 11 do encontro de liturgia e canto pastoral ministrado por Ir. Míria T. Kolling. Em breve estaremos colhenfo as sementes plantadas. (embora já tenham manifestado alguma coisa neste último ensaio). Obrigado aos doi pela participação e representação do grupo no referido evento.
Cristiane, esposa do Reivaldo, também participou e em breve estará pondo em prática nas suas novas atividades litúrgicas em sua comunidade.




A música católica não é feita para fazer sucesso - Formação

O músico exerce uma função importante na liturgia e também nos momentos de louvor. O que precisa estar muito presente no coração dele é a dinâmica da espiritualidade. A espiritualidade do músico católico deve ser voltada para a experiência católica.
Um exemplo: um músico católico que não vai à Missa, deixa de ser um músico católico, porque ela é o auge da espiritualidade católica. Outra coisa que precisa ficar presente na espiritualidade do músico católico é a Adoração Eucarística, buscar Jesus na Eucaristia e todas as suas vertentes, como a intimidade com a Palavra de Deus.

Você, músico, conhece muito bem as fontes de inspiração. Quando a música brota da Palavra de Deus, ela tem uma eficácia sobrenatural, basta você musicar a Palavra pela inspiração, buscar a harmonia no coração de Deus e você vai ver como a música "pega". A Bíblia em si já traz vida, libertação e cura. Precisamos fazer uma experiência com a Palavra de Deus.
Algo importante também é a intimidade com o Espírito Santo, porque – em minha opinião, e creio que não seja só em minha opinião – isso é obra de Deus, pois a inspiração da música católica precisa vir do Espírito Santo.
Nós também não precisamos consultar harmonias da música secular para colocar na música católica. Pois, assim, perde em unção, perde em eficácia, porque o Espírito Santo é a criatividade por excelência. É Ele quem dá a criatividade, então, não há necessidade de buscá-la em outras fontes.
Há uma passagem do profeta Jeremias que diz: "Os grandes da cidade enviaram os servos à procura de água. Encaminham-se estes às cisternas; água, porém, não encontram, e voltam com os recipientes vazios, envergonhados, confundidos, cobertas as cabeças" (Jer 14,3). O povo estava deixando as águas puras para buscar água em cisternas vazias.
Isso é muito importante para que tenhamos consciência. Não deixe a "água pura", a fonte da Palavra, da Eucaristia, da experiência dos santos, do relacionamento pessoal com a Virgem Maria. Tudo isso é fonte de inspiração. Não busque em "cisternas" vazias! Deus fala a nós nessa Palavra e nos indica o caminho a seguir.
A música, então, precisa brotar da oração e não de um acorde secular. O acorde é Deus quem vai dar. Conheço muitos músicos e, partilhando com eles sobre o nascimento de uma música, sei que ela vem de um momento de oração e Adoração Eucarística.
A música católica não é feita para fazer sucesso. O sucesso que Deus quer são almas salvas, vidas transformadas, pessoas curadas! E a música tem este poder. Assim como tem o poder de fazer uma pessoa se embriagar, se drogar – como vemos, por exemplo, nas festas rave – ela tem o poder de transformar uma vida. Nós precisamos "virar a mesa", virar o jogo e apresentar uma música pura, que vem do Céu e transforma vidas.
Que Deus abençoe você e que Ele próprio o inspire. Não busque fora de Deus, porque só Ele tem a inspiração para o novo da sua canção.
Padre Roger Luis da Silva
Comunidade Canção Nova
blog.cancaonova.com/padrerogerluis

disponível em:

http://www.cancaonova.com/cnova/ministerio/temp/inf_txt.php?id=1921

sábado, 6 de março de 2010

Amizade renovada

Queridos amigos leitores do blog, queremos pedir desculpas pela demora em publicar novas postagens. Faremos o possível para continuar juntos.
Desde já renovamos nossa amizade com o compromisso de estarmos sempre em contato por este ou qualquer outro meio.
Enviem-nos suas dúvidas e sugestões por e-mail, recados no blog ou telefone. Ficaremos bastante felizes em poder ajudar.

Quaresma e Semana Santa

Cada ano, a Igreja se une ao mistério de Jesus no deserto, durante quarenta dias – quaresma -, vivendo um tempo de penitência e austeridade, de conversão pessoal e social, especialmente pelo jejum, a esmola e a oração, conforme o Evangelho de Mateus (Mt 6, 1-6.16-18), proclamado na Quarta-feira de Cinzas, em preparação às festas pascais.

São cinco domingos mais o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, que inicia a Semana Santa, também chamada Semana Maior. É este um tempo forte e privilegiado, em que fazemos nosso caminho para a Páscoa, renovando nossa fé e nossos compromissos batismais, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos. Tal austeridade deve se manifestar no espaço celebrativo, nos gestos e símbolos, como também no canto, para depois salientar a alegria da ressurreição, que transborda na Páscoa do Senhor:

- A cor roxa, as cinzas e a cruz lembram o caráter penitencial, de conversão;
- O espaço celebrativo deve ser sóbrio, sem ornamentação nem flores no altar;
- Não se recita nem se canta o “Glória”, assim como o “Aleluia”, que são aclamações jubilosas, marcadas pela festa e alegria, o que não combina com a Quaresma;
- É tempo de favorecer o silêncio musical. Por isso, os instrumentos devem acompanhar os cantos de forma discreta, somente para sustentar o canto... Um teclado ou um violão apenas, silenciando os demais, para manifestar o caráter penitencial desse tempo. (Que sejam omitidos os instrumentos de percussão e rítmos). Sua função é apenas “prática”, na medida do necessário, para apoiar o canto;
- Cada tempo litúrgico tem seus cantos próprios; assim também a Quaresma. Cantos que expressem o conteúdo, os temas, a Palavra de Deus, enfim o aspecto do mistério pascal que celebramos. É preciso saber escolher bem os cantos, que acentuem a conversão, o perdão, a fraternidade e solidariedade, a vida, a luz, inspirados no Evangelho do dia. Mas sempre com os horizontes voltados para a Páscoa de Jesus, mistério central que celebramos em nossas liturgias.
- Neste tempo acontece no Brasil, já há mais de 40 anos, a Campanha da Fraternidade, que propôs, durante muito tempo, também cantos apropriados ao tema de cada ano, o que foi uma riqueza, mas também limitou o repertório dos cantos quaresmais. A partir de 2006 está havendo um esforço para se cantar o espírito e a liturgia da Quaresma, compondo-se apenas um Hino, que pode ser cantado no início ou no final da Celebração. A CNBB, em parceria com a Paulus, tem gravado uma série de CDs do chamado “Hinário Litúrgico”, apropriados para o Ano A, B e C.
- Cantos tradicionais e que já estão na memória do povo, devem fazer parte do repertório: Pecador, agora é tempo... O vosso coração de pedra... Prova de amor maior não há...
- Não se cante o Abraço da Paz, que, aliás nem faz parte do rito, mas valorize-se o canto que acompanha a fração do pão, o “Cordeiro de Deus”, pois Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. O “Senhor, tende piedade de nós” também seja valorizado, além das aclamações e pequenos refrãos orantes. O chamado canto final poderia ser omitido, deixando o povo sair em silêncio. Poderia ser outra também a resposta à Oração dos fiéis, que em geral é “Senhor, escutai a nossa prece”, como por exemplo: “Jesus, Filho de Deus, tem compaixão de nós!” além de outras, sugeridas pelo Missal Dominical.
- É importante intensificar o silêncio, criando um clima orante já antes do início da Celebração e ao longo da mesma. Sobretudo no Ato penitencial, na Oração da Coleta, entre as leituras, durante a Narrativa da Última Ceia, após a Comunhão...
A Quaresma desemboca na Semana Santa assim chamada, porque nela celebramos os momentos mais importantes da nossa salvação: “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único... Tendo amado os seus, amou-os até o fim.” (Jo 3,16;13,1). Diz-nos Evair H. Michels, em seu livro “Pastoral da Música Litúrgica – Dicas Práticas”:
“Os ritos da Semana Santa devem ser realizados com particular solenidade, pois este tempo é o coração do ano litúrgico.”

Autora: Ir. Miria T. Kolling

disponível em:

http://movimentoliturgico.com.br/Portal/index.php?option=com_content&view=article&id=79:cantar-a-quaresma-e-a-semana-santa&catid=59:cat-artigos-musicas&Itemid=56